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Definir objectivos é importante mas querer atingi-los, é mais!

Sim. Lê o título mais uma vez.

Ouvimos constantemente sobre a importância de atingir objectivos. Eu ouvi sobre eles nos mais diversos contextos. Ouvi durante as aulas de gestão de pessoas que frequentei, ouvi aquando das formações comerciais das empresas com as quais colaborei, ouvi na pós-graduação, nos treinos de basquetebol e até à mesa com os meus pais. Parece que ainda os estou a ouvir. "Catarina, tens que ter objectivos na vida!", diziam eles. Uma panóplia de situações em que me disseram que definir objectivos era muito importante. E eu, interiorizei.

Depois passei à fase em que aprendi a defini-los e percebi que os objectivos devem ser inteligentes, ou melhor, têm que ser SMART (simples, mensuráveis, atingíveis, reais e temporais). É inacreditável a quantidade de coisas que há para dizer sobre os objectivos (e quase todas elas seriam úteis), mas este post não é para isso. Ah não! Informação sobre objectivos há por aí aos pontapés.


Este post vai servir para te falar sobre a importância de querer atingir os objectivos. Toda a vida se fartaram de me ensinar sobre atingir objectivos, mas ninguém se lembrou de me ensinar sobre querer atingi-los, aliás, se pensarmos bem a maioria das vezes não lhes interessa. Passo a explicar. Fala-se muito da motivação e bem. Como é que eu posso motivar-me a mim ou a outra pessoa, a fazer algo bem feito, de forma repetida, quando o que lhe interessa naquele momento, é tudo menos fazê-lo? É fácil! Querendo fazê-lo! Mas não. O que nós queremos ou não fazer, pouco interessa para a conversa. Entendes?


Bom. Quero com isto dizer, que também não venho falar de motivação, porque embora seja importante para nos ajudar a persistir quando desanimamos por algum motivo, continua a não ser o principal a ter em conta.


Venho falar da importância de querermos fazer algo. E para isso, vou dar o exemplo prático de quando deixei de fumar. (É preciso querer!) Ah pois é.





Em meados de 2013 comecei a pesquisar sobre deixar de fumar. Sentia-me incomodada pelo vício que me aprisionava a todos os momentos e todas as horas. Era antes de comer, depois de comer, quando esperava por algo, quando falava com alguém, quando conduzia, quando bebia, quando queria e quando não podia. E odiava o dinheiro que gastava naquele péssimo hábito, odiava o hálito que sabia trazer, o cheiro da roupa, a cor dos dentes, a procura do isqueiro e o frio do inverno que passava à porta do restaurante sempre que ia fumar à porta, feita uma renegada. No entanto, sabia perfeitamente que seria incapaz de grandes sacrifícios para deixar de fumar e por isso, assim me deixei andar por mais 3 anos, fumando, desconfortável e sem passar à acção. Eu não queria verdadeiramente dedicar-me a procurar um estilo de vida sem o vício do tabaco.

Adiantaria nesta fase ter traçado o objectivo de deixar de fumar em x tempo? Ou ouvir discursos motivacionais diariamente para me motivar a fazê-lo? Muito provavelmente, não.


Em 2016, decidi deixar de fumar. Já não suportava o mau estar que me causava e a pessoa que me sentia. Tinha que deixar de fumar.

Tive a benção ou sorte de encontrar o sítio perfeito para me ajudar. Um tal "senhor de Beja" do qual já tinha ouvido falar há anos atrás mas que nunca tinha procurado, até àquele momento. A primeira vez que lá fui (sim, primeira de 3), fiz 2 horas de caminho e paguei uma nota preta, mas o tratamento resultou e estive 6 meses sem fumar. Continuei o mesmo estilo de vida, os mesmos amigos e os mesmos hábitos. Uma noite de excesso de confiança e voltei a pegar no cigarro. Por mais 6 meses voltei a ser fumadora regular, parecia eu nunca ter deixado de o fazer. Aqui está a primeira grande diferença entre alguém que quer e alguém que não quer. Sabia que teria que recomeçar. Repetir o processo, repagar o feito, retentar. Quem não quisesse, pouco adiantaria estar motivado ou ter objectivos. Tentou, não deu. Fim de história.


Voltei a pegar no carro e a fazer um par de horas de estrada, a pagar o que me custava a sair do bolso e a assumir um compromisso comigo própria que, vergonhosamente já tinha falhado anteriormente. Decidi criar uma estratégia. Deixei de beber café, porque era um fiel companheiro do cigarro, deixei de beber álcool, porque era um talentoso tentador do tabaco e comecei a repetir para mim mesma que não podia voltar a sentir-me confiante o suficiente para achar que fumava "só um", nunca mais. O "senhor de Beja" voltou a fazer milagres e eu voltei a deixar de fumar. Desta vez, 2 anos.


"Ah e tal, o tratamento não funciona senão não voltarias a fumar". Nada disso. Assumo a inteira responsabilidade pelo meu fracasso (que aliás é outro aspecto imprescindível para atingirmos os tão falados objectivos). O objectivo do tratamento é ajudar-me a deixar de fumar, voltar a fazê-lo ou neste caso a não fazê-lo, é decisão unicamente minha. Portanto, minha cara, se o que estás a fazer não resultou, das duas uma, ou não o querias verdadeiramente e desististe antes de tentares as vezes suficientes, ou não assumiste a responsabilidade pelo fracasso e assumiste que não dependia de ti alterar o que fez com que não resultasse. Fui suficientemente explícita? Lê outra vez, se for preciso.


Não te vou entediar mais com esta conversa e portanto, vou resumir-te a história dizendo que voltei a ter uma recaída e que voltei a recomeçar, deste feita, até ao dia de hoje. Desta vez custou-me um pouco mais. Cheguei a pôr em causa se algum dia seria capaz de deixar de fumar e se valeria a pena tentar outra vez. Mas percebi que o que estava a fazer não eram tentativas. Eu não estava a levar a cabo uma série de tentativas falhadas de deixar de fumar. Eu decidi deixar de fumar. Eu sabia que queria uma vida sem tabaco e portanto, recomeçaria a fazê-lo as vezes que fossem necessárias. Muitas coisas mudaram na minha vida, grandes adaptações tiveram que ser feitas e só me é possível viver hoje uma vida de não fumadora, porque quis tanto fazê-lo que nada me faria desistir. Não havia motivação que me valesse, nem objectivos inteligentes o suficiente, se eu não soubesse no meu mais íntimo, que era isto que eu queria fazer.


E esta é a conclusão que quero tirar contigo. Esta história é um exemplo prático que eu me obrigo a transpor para a minha vida actual com todos os projectos que abraço.


Antes de traçares objectivos e de te motivares a atingi-los, descobre o que queres fazer. Põe-te onde queres estar. Conhece as tuas necessidades e ambições. Motiva-te a fazer o que queres em vez de te motivares a fazer o que outros querem que tu faças. Traça estratégias. E principalmente, nunca desistas.


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Porque o que eu sei, ninguém me contou.



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Algés, Lisboa, Portugal

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